segunda-feira, 15 de novembro de 2010

História do bairro do Caju - fonte: Wikipédia

Esta localidade foi primeiramente habitada pelo rico comerciante luso José Gouveia Freire, sendo adquirida pela família real para os banhos medicinais de Sua Majestade D. João VI que havia sido ferido por um carrapato. A Quinta onde o Rei tomava banho encontra-se preservada, é chamada hoje de Casa de Banhos de D. João VI e abriga atualmente o Museu da Comlurb, constituindo-se em um dos singulares espaços históricos da cidade do Rio de Janeiro. A região tornou-se a primeira região de banho de mar do Rio de Janeiro, sendo frequentado por toda a família real até D. Pedro II.
A região ao atual bairro do Caju prolongava-se desde o Mangue de São Diogo (área do atual Gasômetro - sede da CEG), passando pela antiga Praia de São Cristóvão (atual Rua São Cristóvão, Praça Pe. Seve, Rua da Igrejinha, Rua Monsenhor Manuel Gomes), até a Praia do Caju (que passava por toda a extensão da Rua Monsenhor Manuel Gomes - "rua dos cemitérios", terminando na rua homônima). Segundo o cronista C. J. Dunlop, do Rio Antigo: "Era uma região belíssima, de praias com areias branquinhas e água cristalina, onde não era rara a visão do fundo da Baía, tendo como habitantes comuns os camarões, cavalos-marinhos, sardinhas, e até mesmo baleias."

A construção dos cemitérios

Um pouco à frente da Ponta do Caju (atual Rua Monsenhor Manuel Gomes), o provedor da Santa Casa de Misericórdia José Clemente Pereira, instalou em 1839, numa gleba adquirida de José Goularte, o primeiro Cemitério do Rio de Janeiro para indigentes, até então enterrados no cemitério velho da Rua Santa Luzia, onde agora estava sendo erguido o novo hospital da Santa Casa (existente até os dias atuais).
A partir de 1851 a Santa Casa, inauguraria o primeiro dos nossos cemitérios públicos, em terrenos da antiga Fazenda Murundu, de Baltazar Pinto dos Reis, cuja "casa-nobre" logo se transformaria em 1855 numa enfermaria para os pobres, ponto de partida para o Hospital de N. S. do Socorro (ainda de pé até os dias de hoje).
O atual complexo de cemitérios inclui o Cemitério Comunal Israelita.

A Fábrica São Lázaro de Tecidos e o Arsenal de Guerra do Rio

Pinto Guerra, um rico proprietário português, doou à Santa Casa algumas terras que possuía na região agora habitada pelos cemitérios. Estas foram adquiridas pelo industrial Teixeira de Azevedo para a construção da maior fábrica de tecidos do Rio de Janeiro à época (1880). Entretanto, a falência da referida firma fez com que seu prédio e terrenos fossem entregues ao Banco do Brasil, onde acabaria nas mãos do governo federal pela quantia de 7.000 contos, para que nesta região fosse instalado o novo Arsenal de Guerra (o velho funcionava na Ponta do Calabouço), o mesmo foi inaugurado em 11 de novembro de 1892 pelo então Presidente da República Campos Sales, e que encontra-se em funcionamento até os dias de hoje, construindo o Arsenal de Guerra do Rio, organização militar do Exército Brasileiro, compondo ainda a Fábrica de Material de Comunicações do Exército, e a IMBEL.

O Asilo São Luís para a velhice e o Hospital São Sebastião

Em 1890, no morro da Quinta do Caju, o Visconde Ferreira de Almeida montou sua Casa de Retiro para a Velhice Desamparada, que continua em funcionamento no mesmo endereço.
Na Rua Carlos Seidl (esta assim nomeada em homenagem ao Diretor de Saúde Pública de mesmo nome), o ministro Ferreira Viana levantou também na década de 1890 o primeiro hospital de isolamento do Rio de Janeiro, o de São Sebastião (que também desafia de pé o tempo, e o descaso do governo com a saúde pública).

O surgimento do vôlei de praia

Ao contrário do que muitos imaginam, a prática do voleibol nas areias das praias começou por volta dos anos de 1910, e se estendeu pelas décadas subsequente, nas areias da Praia do Caju. O desporto era praticado por jovens remadores do Club Atlhético Cajuense e por militares do Exército Brasileiro.

O desmembramento da região


O bairro surgiu na década de 40 com a criação da Avenida Brasil que cortou o bairro de São Cristóvão, criando assim o bairro do Caju.
O bairro, por ser localizado próximo ao Cais do Porto, possui o INPH - Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias [1](órgão subordinado à Secretaria Especial de Portos - CEP), diversas instalações portuárias importantes, bem como diversas indústrias, e duas organizações militares: o Arsenal de Guerra do Rio (FMCEx e IMBEL), além de uma guarnição da Força Aérea Brasileira (PAME - Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica). Residencialmente, possui ruas e praças arborizadas, porém conta com a presença de algumas favelas (Ladeira dos Funcionários, Quinta do Caju, Parque Boa Esperança (antigo Parque Nossa Senhora da Penha), Parque Alegria). Ficam localizados dentro do bairro os seguintes cemitérios: Memorial do Carmo, Ordem Terceira da Penitência, São Francisco Xavier, e o Cemitério Comunal Israelita.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

6. PERSONAGENS: ZÉ MALUCO

Zé Maluco! Não era a toa que tinha esse apelido. Do nada, dava de dar socos no ar e gritos horripilantes que assustavam à todos, principalmente as crianças que inocentes e assustadas ainda achavam graça da cena. Era sempre um acontecimento quando isso acontecia, todos corriam para ver o Zé Maluco dar seus golpes de caráter em seus fantasmas ao redor e vez ou outra, nas paredes de concreto; bom era não passar muito perto porque poderia sobrar para os desavisados. Zé Maluco era figura inesquecível na comunidade. Não mexia com ninguém, mas quando estava atacado era perigoso, todos se preocupavam com o pobre. Sempre havia alguém para lhes cortar os cabelos, matar seus piolhos, lhe trazer comida, todos tinham por ele, de certa forma, um carinho especial. O Zé tinha um tique nervoso, além de seus ataques, que era o de esfregar os dedos como quem contasse dinheiro, diziam os mais fofoqueiros que o Zé era rico no passado, muito embora do passado do Zé, poucos ou quase ninguém sabia. Tinha também, o pobre coitado, a insistente mania de pedir, sem olhar para a pessoa, apenas com o esfregar dos dedos e a mão estendida, cigarros para quem passasse, pedia dinheiro também, por vezes, trocados para o vício, sempre sem emitir uma só palavra, mas era só; todos o entendiam, e quase nunca se furtavam do pedido do Zé Maluco. Um certo dia, do seu cafofo, Zé não saíra...estava morto, foi encontrado deitado sobre sua cama imunda de sempre, único móvel que possuía. Zé viveu por muito tempo entre nós, com seu corpo franzino e sempre desnudo, seus pés descalços e unhas tão enormes quanto sujas, com seus pensamentos intransponíveis, impossíveis de penetrar, lá se foi Zé encontrar de vez com os seus fantasmas ...